Câmara terá ‘Facebook’ de vereadores

FELIPE TAU

O “Facebook dos Vereadores”, aplicativo de computador que permite rastrear todas as votações e projetos de lei de parlamentares, foi o programa vencedor da 1.ª Maratona Hacker da Câmara Municipal de São Paulo. A ferramenta, cujo nome oficial é “Siga os Vereadores de São Paulo”, bateu oito concorrentes e foi escolhida ontem a vencedora da competição.

Também chamada de Hackathon, a disputa foi lançada pela Câmara para melhorar a visualização das informações públicas disponíveis em seu site, com base na nova Lei de Acesso a Informações (leia mais ao lado). Os competidores tiveram um prazo de duas semanas, entre 12 e 25 de maio, para desenvolver seus projetos, todos em caráter experimental.

Os nove times tinham como missão criar formas fáceis e atraentes de visualizar os dados públicos. O Facebook dos Vereadores, por exemplo, inspirou-se nos aplicativos da famosa rede social para mostrar como cada um dos 55 membros da casa se comporta ao longo do tempo.

O usuário escolhe “seguir” um vereador e recebe uma atualização a cada ação que ele toma: se vota a favor ou contra uma CPI, se apoia determinado projeto de lei, se lança um projeto próprio, entre outras coisas. As atualizações podem ser compartilhadas e comentadas na rede.

A equipe que fez o projeto levará um prêmio de R$ 7 mil, em cerimônia a ser realizada no dia 15. O segundo colocado no concurso – a ferramenta “Radar Parlamentar” – leva R$ 3 mil, e o terceiro, o “CMSP Wiki”, receberá prêmio de R$ 1 mil.

O Radar mostra por um gráfico as semelhança dos partidos nas votações; já o Wiki exibe um perfil completo dos vereadores na enciclopédia eletrônica Wikipédia, com membros do gabinete, projetos e gastos mensais.

Segundo o coordenador do Centro de Tecnologia da Informação da Câmara, Eduardo Miyashiro, os projetos terão seus links exibidos no site da casa, além dos códigos de programação, para que possam ser copiados e aperfeiçoados livremente por outras pessoas – o chamado software livre.

Eles não devem, porém, ser desenvolvidos pela Câmara. “Como a maioria dos participantes optou por fazer um acompanhamento da participação política dos vereadores, é melhor a gente não interferir e deixar a sociedade fazer isso”, justificou Miyashiro. O site da Câmara recebeu 700 mil visitantes únicos nos últimos 12 meses.

Para o professor de Ciência da Computação Ismar Frango, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), os softwares livres dão maior transparência à publicação de dados e favorecem o aperfeiçoamento dos aplicativos. “Qualquer pessoa pode acessar o código-fonte e conferir se não há desvios. Outros desenvolvedores também podem fazer melhorias.”

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