GNU/Linux no Macbook (sem fritar!)

Eis que por um acaso do destino ganho um Macbook Pro!

E claro, tento instalar o GNU/Linux nele. Naturalmente a primeira opção é o Ubuntu.

Mas infelizmente as coisas ficam quentes de mais... consumo muito alto de energia!

Solução: Arch Linux!

O Arch Linux é uma distribuição minimalista cujo sistema inicial oferecido ao usuário é realmente o mínimo do mínimo. Para utiliza-lo você tem que instalar e configurar TUDO, a começar pelo Grub. A ideia é que uma instalação Arch Linux pode ser o que você quiser: uma super estação de trabalho, ou um servidor sem interface gráfica, depende de como você o configura.  Dessa forma, não considero o Arch Linux recomendado para não-geeks. Mas utilizá-lo é uma boa oportunidade para aprender várias coisas sobre o ambiente GNU/Linux. E pelo menos um consolo: usar o Arch Linux foi agora mais fácil do que minhas experiências remotamente passadas com o Slackware, e isso por dois motivos principais: 1) o Arch Linux possui uma ampla documentação em forma de wiki que cobre praticamente todos os tópicos relevantes. 2) o ArchLinux possui um gerenciador de pacotes, o PacMan, que funciona de forma similar ao apt-get, resolvendo as dependências das dependências das coisas que querermos instalar.

Pra deixar a coisa mais leve ainda, decidi usar o Fluxbox em vez do Gnome, o que quer dizer que tive que fazer ainda mais configurações manuais.

Mas mesmo depois de todo o trampo de configurar o Arch Linux vi que o laptop continuava esquentando por de mais! A primeira constatação que fiz foi de que quando usava a Internet pelo cabo, o laptop ficava com uma temperatura mais adequada. Então a primeira suspeita foi a versão do driver da placa de wifi. Mas fazendo algumas comparações com a configuração do Cadu (que também instalou o Arch Linux em seu macbook e me indicou a distro), vi que nossas versões eram exatamente a mesma, e ele não estava com esse problema. Isso me poupou um bom tempo evitando a tentativa de instalar outros drivers (obs: usamos o driver recomendado pelo wiki do Arch Linux: o livre feito por engenharia revresa; as outras opções são o livre feito do zero, e o proprietário). Dessa forma pude refletir melhor sobre as outras configurações do sistema, e eis que encontrei o vilão: o meu /etc/rc.conf estava configurado para que o deamon net-auto-wireless iniciasse automaticamente com o sistema. É esse deamon que faz com que o sistema se conecte a rede wifi quando iniciado. Ao remover esse daemon do meu rc.conf, o problema se resolveu! O macbook passou a consumir uma potência mais aceitável! Realmente o único porém é ter que se conectar manualmente à rede wifi. Mas no caso de quem opta pelo Gnome, aparentemente este problema não existe, pois o Gnome possui seu próprio gerenciador de redes wifi, que parece funcionar melhor.

Um detalhe relevante nesta história: para quantificar o gasto de energia utilizei o programa powertop aqui no Arch Linux. Quando você tira a fonte do laptop, o powertop mostra seu consumo de energia medido em Watts. Também constatei que o consumo de energia no MacOS era de uns 18W (em situação de usar só wireless e navegador). Dessa forma, meu critério de sucesso para a empreitada foi fazer com que o consumo de energia no Arch Linux fosse de até 20W neste mesmo padrão de uso (inicialmente até passava dos 30W). Neste exato momento, meu powertop está marcando 17,2W =)

Para encerrar, fica aos leitores a questão: porque no Ubuntu a temperatura ficava tão alta? Eu acredito que isso seja relacionado principalmente com a versão do kernel. Diferente do Ubuntu, os programas no Arch estão sempre em sua última versão, incluindo o kernel. Isto pôde ter feito a diferença.

 

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