PAPo As Mulheres e o Mundo Digital

Apresentação
 
Em 08 de março de 2012, o PAPo promovido pelo PoliGNU "As mulheres e o mundo digital" contou contou com presença equilibrada (25% para cada grupo) de estudantes mulheres e homens da Poli, professoras da Poli (PEF e PCS) além de mulheres da comunidade Transparência Hacker.
 
Essa iniciativa nasceu a partir do debate "Web para meninas" que aconteceu na Campus Party 2012 [1]. Nesse debate discutiu-se o quanto o machismo reproduz-se nas redes e mídias sociais: quando uma mulher emite uma opinião parece incomodar mais e ser taxada como ameaçadora. Foi citado um estudo que indicou que quando o avatar é feminino (independente de quem realmente esteja por trás) a incidência de "trolagem" e xingamentos é maior.
 
 
A discussão
 
Feita essa apresentação, começou-se a se discutir partindo do texto [2] que cita, através de uma entrevista, uma situação recorrente: uma profissional que sofre descrédito por ser mulher. Além disso, aponta para como muitas vezes a mídia enxerga (e faz enxergar) a mulher e a tecnologia - o apelo quando o público-alvo é feminino é ter um computador rosa... Aplicativos?! Para quê? Para quem?
 
Aí, entrou-se em uma discussão mais empolgada e uma reflexão que permeou bastante o encontro foi o quanto a educação, seja no espaço formal da escola ou no informal de família e amigos, vai conformando nossas vontades e possibilidades (de homens e mulheres) ao longo da vida, a ponto de não se saber se aquela vocação que afirmamos ser originalmente nossa mesmo.
 
Sob a perspectiva de gênero - feminino e masculino - isso acaba por influir em diversos aspectos, dos quais os seguintes foram levantados e debatidos:
- Há oferta de brinquedos específicos para determinado gênero, muitas vezes exclusivamente para um deles (por exemplo: carrinhos e maquinários para meninos; bonecas e coisas de casa para meninas) o que modela desde cedo as perferências infantis.
- Crianças aprendem por mimetização, assim, se há hoje certa "etiqueta de gênero", a tendêncai é mantê-la e reproduzi-la - e frequentemente quem foge a esses padrões é penalizado.
- Crianças baseiam-se em exemplos, dessa forma, há maior probabiliadde de que meninas se identifiquem com mulheres ligadas às profissões de cuidado, pois há menos mulheres ligadas à ciência e tecnologia. Meninos são alfabetizados majoritariamente por mulheres, há poucos professores na Educação Infantil para ele se espelharem.
- Há uma penalização no mercado de trabalho apenas pelo fato de ser mulher:
* no mercado de trabalho, para o desempenho da mesma função, as mulheres ganham remuneração inferior às dos homens;
* no meio acadêmico a lógica se mantém, as cientistas precisam publicar mais do que o dobro do que seus colegas homens para alcançarem as mesmas posições;[3]
* no meio acadêmico, uma pesquisa apontou que homens com PhD eram em sua maioria casados e com filhos, já as mulheres eram solteiras e sem filhos.
- Há espaços tidos como "masculinos" em que é necessário agressividade e não pode haver timidez para permanecer nele. Isto afasta as mulheres que não são preparadas socialmente para esses ambientes, mas também não permite aos homens não seguir o script típico do "macho-alfa" (dominador, agressivo, etc).
 
 
Questões para reflexão
 
- Em espaços formais de ensino:
* Será que a preocupação institucional com o equilíbrio de oportunidades entre gênero não chega tarde demais?
* Como criar espaço de expressão de identidade (não opressor) na escola?
* Como as mulheres estão alocadas no interior destas instituições de ensino?
* Quem são as mulheres que traçam uma carreira acadêmica? Do que abrem mão? Que posições ocupam nos núcleos e grupos de pesquisa e em quais áreas se concentram? - quase não existem informações estatísticas no Brasil que auxiliem no entendimento destas questões.[4]
 
- Em espaços informais de ensino:
* Como criar espaço de expressão de identidade (não opressor) em casa?
* Como evitar, ao mesmo tempo, criar a bolha da liberdade?
 
 
Encaminhamentos
 
- Estabelecer um espaço permanente de discussão;
- montar uma agenda;
- refletir e pesquisar quais ações, pequenas ou grandes, podem ser tomadas para avançarmos no caminho de reduzir as desigualdades de gênero.
 
 
Textos de Referência
 
 
Portuguese, Brazil

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