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3
Aug

FISL 12

Palestra Poli-Libras

Apresentei junto com meu grupo de TCC (Marcelo Koga e Guilherme Januário) nosso tradutor de português para LIBRAS, o Poli-Libras.

Os meus colegas de mestrado do IME fizeram uma avaliação bem positiva sobre a apresentação e sobre o trabalho em si.

Destaca-se o fato de um surdo ter assistido a palestra, e que ele e mais outras pessoas tenham feito pergunta legais.

Slide da apresentação aqui.

Quando rolar vídeo, compartilho aqui.

Palestras CCSL

O Centro de Competência em Software Livre do IME-USP deu apoio financeiro aos estudantes do IME que tiveram palestras aceitas no FISL para irem ao evento.

Com o pessoal do CCSL dei mais duas palestras: uma sobre “Orquestração de Web Services”, na qual fizemos uma demonstração ao vivo utilizado o PetalsESB, um ESB livre; e na outra apresentamos o frame-work de testes de web services, com o qual colaborei na disciplina de laboratório de programação extrema (Lab XP).

Slides das apresentações: orquestrações e testes.

Cogroo

Neste FISL conheci o Wesley do IME, cujo tema de pesquisa está relacionado ao Cogroo, o corretor gramatical do LibreOffice (eu nem conhecia o Cogroo!).

E a coisa mais incrível que descobri foi que é possível usar uma API do Cogroo para realizar a análise sintática de frases em português! Isso se encaixa muito bem com meu projeto do Poli-Libras.

O Cogroo conta também agora com uma página de comunidade, para que haja uma colaboração não só no desenvolvimento, mas também para coisas como contribuições de usuários indicando análises erradas do Cogroo.

FormSUS (DataSUS)

Assisti uma palestra sobre o FormSUS, um sistema desenvolvido pelo DataSUS que funciona como o sistema de formulários do Google Docs.

Ele é feito com tecnologias livre, mas por hora ainda não é um software livre. Os autores pretendem disponibilizá-lo como software público, mas ainda estão enfrentando alguns entraves burocráticos.

No momento, o FormSUS pode ser utilizado como um serviço por qualquer cidadão, embora eu considere temerário uma micro equipe de TI agregando uma quantidade muito grande de dados que podem ser críticos (informações pessoais vão para esses formulários).

Tutorial de formulários e tabelas acessíveis (nic.br)

O nic.br deu uma palestra sobre como explorar os recursos do HTML5 para fazer páginas mais acessíveis, especialmente para cegos. Já pedi o slide da apresentação para um colega que trabalha no nic; quando eu conseguir os slides, posto aqui :)

Turbinando o LibreOffice com extensões

O LibreOffice pode ser utilizado com diversas extensões bem legais, como por exemplo o Cogroo (corretor gramatical) e o PDFImport.

A palestra mostrou como criar novas extensões, o que é feito com o auxílio de uma interface gráfica do LibreOffice (mas também envolve o uso de linguagens de script).

Escalabilidade para serviços online (Google)

Segunda a palestrante: Se tu é SysAdmin e não tem acesso ao código-fonte das aplicações que tu roda no seu servidor, então está destinado ao fracasso”.

Algumas coisinhas interessantes: Google não usa super-computadores, e sim PCs normais, como os que temos em casa. Mas na parte de rede, o Google tem alguns hardwares internos desenvolvidos por eles mesmo.

TechTalks

O pessoal da Transparência Hacker descreveu a experiência das TechTalks, que é um ponto de encontro entre hackers (pessoal técnico) e pessoas que apresentam demandas (sociedade civil, movimentos sociais, pequenas empresas etc) que podem ser trabalhadas por esses hackers.

As vezes a conversa é puxada pela tecnologia, para que as pessoas conheçam melhor as possibilidades do que pode ser feito, pois as vezes não se tem nem ideia do que dá pra fazer.

O Pedro Markun falou da dificuldade de se conversar e explicar tecnologia para quem não é da área.

Eu falei sobre o PoliGNU e que numa faculdade de tecnologia, como a Poli, há também um grande distanciamento das pessoas com questões como o Software Livre. Então falei dos PAPos e que qualquer parceria é legal, pois podemos trazer assuntos diferentes para cá. Também falei dos projetos, como Latex e Cad livre, que são pautados pelas demandas do ambiente universitário.

Quando questionado por uma participantes (do Serpro), esclareceu-se que essas iniciativas não restringem de forma alguma a participação de agentes de “iniciativa privada”, uma vez que “privado” é tudo aquilo que não é público.

Transparência Hacker

Lá no FISL participei de algumas atividades do Transparência Hacker, a começar pela tarde de 30/06, na qual discutimos um pouco sobre o “jogo da vida legislativo” e o “lxml”, mas infelizmente nesse dia acabou não rolando nada prático. Ah, o Capi me indicou o lxml como biblioteca para parser de páginas web em Python.

Na tarde do dia 02/07 houve a palestra Transparência Hacker: Agregando e visualizando dados de interesse público”.

O Capi mostrou alguns projetos da transparência hacker, em especial o jogo da vida legislativo. Falou sobre como expor os dados com uma visualização diferente pode causar um impacto mobilizador, que geralmente não pode ser atingido pela informação como ela é disponibilizada nos sites gov.br. Também falou sobre a importância de se ter dados legíveis por máquina para se possa realizar o cruzamento de dados.

Destacou-se também a estrutura descentralizada do transparência hacker: 600 pessoas de todo o Brasil, cada um fazendo o que quer (em outro momento, Capi: nosso trabalho não é nem mesmo filantrópico, fazemos o que queremos por que queremos).

Foi uma palestra agitada com bastante participação dos presentes.

Levantaram a questão sobre dados sigilosos, e explicou-se que o transparência hacker trabalha com dados de interesse público, e que, pelo menos por enquanto, só trabalhou com dados que já estavam de alguma forma disponíveis na web, mas o Pedro disse que não é por isso que necessariamente não se realizarão invasões ou divulgação de dados sigilosos; o ponto é trabalhar todas as informações de interesse público.

Aliás, um dos presentes contou o caso de um cara que vazou uns dados sobre corrupção de uma cidadezinha do nordeste, e esse cara tirou os dados do ar por receber ameaças de morte, mas mesmo assim foi assassinado.

Levantou-se também a questão de como se faz para que esses dados hackeados sejam transmitidos aos movimentos sociais que poderiam fazer uso proveitoso deles. Capi disse que não existe essa sistemática, mas que o grupo é aberto, então basta ter alguém lá de olho pra ajudar nessa ponte. O grupo levantou a problemática do diálogo entre o o grupo hacker e o grupo de movimentos sociais, que em geral não entendem de tecnologia e não querem entender, estando bem interessados na praticidade do que pode ser feito, enquanto que os hacker muitas vezes topam resolver problemas, mas sem se preocupar muito em como isso vai ser utilizado (o importante é o desafio, a diversão).

Ah, a galera também estava divulgando o pedido de colaboração para a compra do ônibus hacker! Colabore você também aqui. =)

Mercadante (Ministro de Ciência e Tecnologia)

Ele não veio dar a palestra que daria no início do FISL, mas de fato veio conversar com a comunidade.

Áudio do Mercadante no senado, logo antes do FISL aqui.

Áudio de parte da conversa do pessoal do FISL com o Mercadante aqui.

De forma geral, a comunidade levou várias demandas ao ministro, em especial a proposta de que o governo passe a incentivar o desenvolvimento de tecnologia feito fora das empresas e da Universidade, o que em geral é o caso do Software Livre.

Eu não estive presente a essa conversa, mas segue aqui um micro-resumo (adaptação minha) do que rolou lá segundo a Daniela do Transparência Hacker:

Mercadante disse: hackers produzem inteligência e desenvolvimento; gostaria de abrir espaço para a interação com essas pessoas. Está desenhando um projeto pra construir um ministério totalmente aberto, e que gostaria de ter a nossa colaboração pra formular essas políticas.

Depois disso, ele ouviu as falas de um monte de gente sobre várias comunidades diferentes de tecnologia livre, falando principalmente de como é necessário criar formas de incentivar, valorizar e legitimar o conhecimento e a inovação que se produz na rede – por hackers, desenvolvedores independentes, coletivos, comunidades, hackerspaces, gente que não tem CNPJ e não quer ter, grupos que não tem nada a ver com universidades ou grandes instituições, e que até agora não são foco de nenhum programa ou projeto.

O encaminhamento foi criar um grupo pra interagir com o MCT, propondo uma nova "Agência" de desenvolvimento, descentralizada, com foco principalmente em fomento e projetos de tecnologias livres, que possam ser criados de um jeito mais informal.

De tarde, posteriormente à conversa com o Ministro, houve uma reunião, com a participação do Sérgio Amadeu, do pessoal do Transparência Hacker e outros, para dar prosseguimento à conversa, de forma a articular uma proposta de uma espécie de “agência de fomento” para tecnologia livre desenvolvida pela comunidade. Este texto começou a ser desenvolvido e pode ser acompanhado aqui. Também destacou-se um grupo para estar disposto em dialogar com o ministério sobre a proposta (também consta no próprio documento).

A questão do desenvolvimento de “tecnologia de ponta desenvolvida na ponta” foi bem abordado por Sérgio Amadeu na palestra “Etiqueta Hacker e o desenvolvimento da ciência e tecnologia”, mostrando a relevância deste novo tipo desenvolvimento.

 

Bom, quem quiser conversar mais sobre o FISL, só entrar em contato ou postar aqui mesmo =)