Mulheres

22
ago

Nota do Grupo de Estudo de Gênero do PoliGNU sobre a “Barraca do Tapa” da Festa Junina da Poli

"Você já foi taxada de vagabunda pelos seus colegas de classe? (...)
Aquele babaca já te chamou de gorda? (...)
A sociedade te menospreza pelo simples fato de ser mulher? (…)
Se sim, saiba que nós, do CAM, incentivamos e apoiamos todos esses tipos de práticas que deixam vocês, mulheres, putas da vida."

O trecho acima fazia parte da divulgação no Facebook da “Barraca do Tapa” do CAM na festa Junina da Poli, ocorrida na última sexta-feira (17/08/12). Lembrando que o CAM é o Centro Acadêmico da Engenharia Mecânica da Poli-USP, entidade que representa estudantes dos cursos de Mecânica e Mecatrônica da Escola Politécnica da USP.

A ideia da Barraca era que mulheres pagassem para poder dar tapa na cara de homens. Como, para muitas mulheres a barraca não era atrativa, a organização entendeu que era necessário instigá-las e motivá-las a bater. Para isso, no evento intitulado “Venha bater em nossa cara” do CAM, sob o pretexto do humor, foram usadas ofensas e provocações como as acima explicitadas, que reforçam preconceitos e estereótipos a que mulheres estão submetidas cotidianamente, além de estimular a resolução violenta de conflitos.

Nenhum preconceito deve ser tolerado sobre a égide da brincadeira, visto que, num extremo não tão distante desse tipo de brincadeira, mulheres são agredidas, estupradas e até mortas. O estímulo aparentemente inocente da violência pode culminar na sua naturalização, como constatado no caso da estudante que foi agredida em maio desse ano por recusar-se a ficar com um estudante do curso de Biologia da USP.

Assim como piadas de cunho depreciativo com negros e homossexuais são apenas a expressão mais superficial de um problema social profundo, piadas machistas denotam o mesmo arcabouço cultural que propicia a violência contra a mulher, seja ela de que tipo for. A tolerância leviana a esse tipo de brincadeira é não menos do que a legitimação, a risonha anuência, a toda violência contra a mulher.

Há a percepção de que em espaços em que a minoria é mulher (no último ano apenas 16,5% dos convocados para a matrícula na Poli em primeira chamada foram mulheres) as práticas machistas encontram um ambiente mais propício para aflorarem, o que torna o ambiente menos atraente para as estudantes. Nesse contexto, observando dados no site do MIT (Massachusetts Institute of Technology), percebe-se uma maior paridade de gênero entre estudantes do que nas áreas de exatas da USP. E, para o MIT, tal informação é colocada como algo extremamente positivo e resultante de políticas da instituição nesse sentido.

Não seria a Universidade de São Paulo responsável pedagogicamente pela formação dos estudantes que por ela passam? Não seria de responsabilidade dessa mesma Universidade desincentivar o desenvolvimento de desigualdades e preconceitos de qualquer cunho dentro do seu corpo discente? Não seria ainda a USP co-responsável por uma consequente formação ética profissional capaz de desestimular essas desigualdades?

Manter uma política de silêncio e impunidade é ausentar-se de tais responsabilidades e, nesse sentido, faz-se necessário um posicionamento não apenas da direção da Escola Politécnica, mas também da Universidade de São Paulo – e é o que esperamos.

“O que me preocupa não é nem o grito dos corruptos, dos violentos, dos desonestos, dos sem caráter, dos sem ética. O que me preocupa é o silêncio dos bons.” Martin Luther King

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23
jul

8º Prêmio Construindo a Igualdade de Gênero

O Prêmio Construindo a Igualdade de Gênero consiste em concurso de redações, artigos científicos e projetos pedagógicos, dirigido a estudantes de Ensino Médio, Graduação, Pós-Graduação e Escolas da Educação Básica na área das relações de gênero, mulheres e feminismos, contemplando suas interseções com as abordagens de classe social, geração, raça, etnia e sexualidade.

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23
jul

A divisão sexual do trabalho

"As condições em que vivem homens e mulheres não são produtos de um destino biológico, mas são antes de tudo construções sociais. Homens e mulheres não são uma coleção – ou duas coleções – de indivíduos biologicamente distintos. Eles formam dois grupos sociais que estão engajados em uma relação social específica: as relações sociais de sexo. Estas, como todas as relações sociais, têm uma base material, no caso o trabalho, e se exprimem através da divisão social do trabalho entre os sexos, chamada, de maneira concisa: divisão sexual do trabalho."

É com este pressuposto que começa o artigo de Danièle Kergoat. Para ler mais, faça download do texto integral (.pdf) logo abaixo.

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7
jun

PAPo A Mulher na Academia - 3ª roda de discussão

Na última roda de discussão, ocorrida em abril, ficaram apontadas duas demandas. A primeira era iniciar um levantamento dos dados existentes sobre inscrição, aprovação e matrícula nos cursos, engenharia, física e matemática. A segunda foi fazemos uma discussão de fundo mais teórico.

Assim, a estrutura da 3ª roda de discussão ficou:

- primeiros 30 minutos de debate sobre o texto "A divisão sexual do trabalho" de Danièle Kergoat cujo pdf está disponível logo abaixo.

- discussão dos dadaos apresentados e definição dos próximos passos.

Temos a lista de discussão mulheres@lists.polignu.org - se vocẽ se interessa pelo tema, pode se inscrever.

O PAPo ocorrerá no dia 13/06/2012 (quarta-feira) às 17h no Escritório Piloto, que fica na Sala S33 do Prédio da Engenharia Civil.

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4
jun

Poli recebe o Fórum Internacional: Mulheres em ciências e engenharia em parceria com a Boeing

O evento, a ser realizado no dia 5 de junho, das 8h30 às 12h na sala da Congregação da FEA, é organizado e realizado pelo Laboratório de Sistemas Integráveis da Escola Politécnica da USP e pela Boeing do Brasil.

O Fórum abordará a trajetória profissional de cinco mulheres de expressão em grandes empresas e instituições (Embraer, GE, Boeing e USP), assim como a importância da diversidade e o papel da mulher nas
ciências e engenharia.

Quando?
05 de junho, das 8h30 às 12h

Onde?
Sala da Congregação da FEA/USP
Av. Prof. Luciano Gualberto, 908 - FEA 1 Cidade Universitária - Săo Paulo

Vagas limitadas. Confirme sua presença pelo email contato@lsitec.org.br

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23
mai

PAPo A Mulher na Academia - 2ª rodada de discussão

Ao fnal da 1ª roda de discussão, ocorrida em abril, conclui-se que nem de longe esgotou-se o assunto e que seria necessário pelo menos mais uma edição com o mesmo tema. Assim, o PoliGNU convida a todas e todos para participar do 2ª roda de discussão A Mulher na Academia, no qual debateremos um pouco sobre como é a vida acadêmica para mulheres, as dificuldades e desafios, e outros assuntos correlatos.

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12
abr

PAPo As Mulheres na Academia

Dando sequência aos debates sobre mulheres, o PoliGNU convida a todas e todos para participar do PAPo A Mulher na Academia, no qual debateremos um pouco sobre como é a vida acadêmica para mulheres, as dificuldades e desafios, e outros assuntos correlatos.
O PAPo ocorrerá no dia 19/04/2012 (quinta-feira) às 11h no Escritório Piloto, que fica na Sala S33 do Prédio da Engenharia Civil.

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8
mar

PAPo As Mulheres e o Mundo Digital

Apresentação
 
Em 08 de março de 2012, o PAPo promovido pelo PoliGNU "As mulheres e o mundo digital" contou contou com presença equilibrada (25% para cada grupo) de estudantes mulheres e homens da Poli, professoras da Poli (PEF e PCS) além de mulheres da comunidade Transparência Hacker.
 
Essa iniciativa nasceu a partir do debate "Web para meninas" que aconteceu na Campus Party 2012 [1]. Nesse debate discutiu-se o quanto o machismo reproduz-se nas redes e mídias sociais: quando uma mulher emite uma opinião parece incomodar mais e ser taxada como ameaçadora. Foi citado um estudo que indicou que quando o avatar é feminino (independente de quem realmente esteja por trás) a incidência de "trolagem" e xingamentos é maior.
 
 
A discussão
 
Feita essa apresentação, começou-se a se discutir partindo do texto [2] que cita, através de uma entrevista, uma situação recorrente: uma profissional que sofre descrédito por ser mulher. Além disso, aponta para como muitas vezes a mídia enxerga (e faz enxergar) a mulher e a tecnologia - o apelo quando o público-alvo é feminino é ter um computador rosa... Aplicativos?! Para quê? Para quem?
 
Aí, entrou-se em uma discussão mais empolgada e uma reflexão que permeou bastante o encontro foi o quanto a educação, seja no espaço formal da escola ou no informal de família e amigos, vai conformando nossas vontades e possibilidades (de homens e mulheres) ao longo da vida, a ponto de não se saber se aquela vocação que afirmamos ser originalmente nossa mesmo.
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